É a Rede Globo da auto-propaganda. E assim como na televisão, a maioria dos comerciais são chatos.
Heavy Metal
Posted in gaveta on maio 24, 2010 by andregodoi– Quer casar comigo?
– Só se for ao som de Nothing Else Matters.
– Você está sendo irônica?
– Sad but true.
AGRIDOCE
Posted in gaveta on março 21, 2010 by andregodoiAi essa amarga, essa doce, essa agridoce, bem mais agri que doce, dor de não ter o que se tinha.
Terapia
Posted in Uncategorized on junho 17, 2009 by andregodoi– Pô, tá foda de sair desse buraco.
-Então entra nele.
Epitáfio – I
Posted in Uncategorized with tags epitáfio on abril 23, 2009 by andregodoiNinguém ri por último.
Olhos
Posted in gaveta on março 26, 2009 by andregodoiFicamos nos olhando por horas. Frente a frente. Olhos nos olhos. Nenhum dos dois teve coragem de dizer. Talvez por que não tinha mesmo o que falar. Talvez por já ser muito tarde. Continuo olhando pra ela. Eu aqui. Ela ali. A tela.
Nós vamos invadir a sua praia
Posted in gaveta on janeiro 6, 2009 by andregodoiDevaste a mata nativa, asfalte tudo, construa casas milionárias, cerque de seguranças e o resultado de tamanha ignorância é: Laranjeiras. Um condomínio de praia mega-hype vizinho da mega-hippie Praia do Sono. Uma maravilha. As crianças podem brincar soltas (do lado de dentro das grades, óbvio), velhos podem jogar golf sem a Mata Atlântica para atrapalhar as tacadas e as madames podem levar todos os seus empregados, desde que usem uniforme. Eles erraram só em um pequeno detalhe: pra chegar na Praia do Sono, só passando por Laranjeiras. Ha ha ha. Que ironia. Fico imaginando a ripongada vendendo tacos de golf de durepoxi para os tiozões e cangas tie-die do Bob Marley para as tiazonas. Seria a glória. Mas, claro, eles deram um jeito de isolar os micróbios. A solução é tosca mas funciona. Vou tentar descrever a odisséia (sim, eu era um dos ripongas). A primeira parada é na famosa e temida Polícia de Paraty. Com fuzis a tiracolo, eles revistam o seu carro inteiro a procura de algum motivo para te extorquir. Se conseguir passar ileso, siga em frente. Pegue a estrada para Trindade e na primeira bifurcação sem qualquer sinaização, use a sua intuição e vire à esquerda. Chegando no primeiro vilarejo miserável sem acesso à praia é só abandonar o carro num terreno e seguir com a bagagem para o ponto da Kombi. Essa é a melhor parte. Para atravessar o condomínio, os ricos compraram umas Kombis velhas que você é obrigado a entrar se quiser chegar até o barco. Bizarro. Kombis apinhadas de mochilas, barracas, miojos, maconhas, violões e dreadlocks fazendo um tour agradabilíssimo pelo condomínio. Show de horror. Chegando no ponto do barco, vários seguranças aguardam sorridentes a sua chegada. Você é obrigado a esperar o barco em um espaço micro, sem banheiros, sem cadeiras e sem água. Uma corrente determina onde fica a fronteira. Enquanto você espera o barco sentado no chão, vários condôminos passam tentando ignorar o espetáculo. Não aguentei e pedi uma carona no carrinho de golf de um nobre senhor que se dirigia ao seu helicóptero (tinham três parados bem ao lado do campo de concentração). Quase fui linchado. Os seguranças, caiçaras que num passado próximo eram donos daquelas terras, prontamente defenderam o patrãozinho indefeso. Para minha surpresa, até os ripongas ficaram contra mim. -Pô, relaxa, pára de reclamar. A Kombi é de graça.
Loteria
Posted in Uncategorized on novembro 27, 2008 by andregodoiA esperança ignora as estatísticas e nos transporta a lugares incríveis. Países remotos. Onde não precisamos mais trabalhar. Inventamos profissões exóticas. Prometemos continuarmos cidadãos simples e honestos. Quiçá nem parar de trabalhar. Seguir a rotina. Ra ra ra. Dividir com quem? Família, no máximo. Pega mal não ajudar parente. Passa a régua. A noite, antes de dormir, a esperança nos conta histórias de um mundo feito de aço e purpurina. Vitrola tocando Glam rock. E pegamos no sono felizes. E tudo isso por apenas R$ 1,75. Quase nada.
Biscoito da sorte
Posted in Uncategorized on novembro 25, 2008 by andregodoi“O firme penetra ao centro do que é correto e sua vontade se cumpre.” – será que estão servindo comida chinesa em casas de swing agora? Vou ligar pra minha irmã e perguntar.
Por via da dúvidas, tô passando numa casa lotérica agora. Vai que.
35 – 57 – 21 – 25 -39 – 48
Num apartamento
Posted in gaveta with tags casa própria, centro, copan on novembro 6, 2008 by andregodoiSe nada der certo, eu volto pra casa. Agora que tenho uma. Do 31º andar eu vejo a aura de São Paulo. O céu de ponta-cabeça. A vida embalada em plástico bolha. Restos, rastros, risos, rixas, ralos. Se nada der certo, eu volto pra casa. Não pra Durhan, Pira, Riba, Salvador, BH, Birigui, Cabrobó. Volto pra casa. A própria. O sonho brazilian way of life da casa própria. Que só quando cruza a Ipiranga e a Consolação.
365 dias e 6 horas
Posted in gaveta with tags aniversário, blog, nononos, um ano on outubro 21, 2008 by andregodoiMais conhecido como um ano. Resolvi dar uma chegada até aqui para dar parabéns ao meu blog. Tão abandonado. Esquecido, guardado no escuro, mofando em algum HD, de algum servidor, em algum lugar dos Estados Unidos da América. E justo no momento em que o Outros Nononos estava no auge da sua audiência. Chegando a atingir em dias de maior movimento até 4 leitores. Bom, mas não adianta chorar os bytes derramados. E já que estamos aqui sozinhos. Dedico este texto à você, meu blog. Que neste último ano fez minhas solidões parecerem bem menos solitárias. Escutou minhas chatices, meus trocadilhos, músicas chatas, desabafos. Termino este post de aniversário com um presente. Um segredo. Que fique só entre eu e você. Eu estou….. Ih… tem alguém lendo a gente. Disfarça. La, la, la, la…
Atropelamentos
Posted in gaveta on agosto 19, 2008 by andregodoiÉ de uma eficiência incrível este meu banco. Nem parece banco. Acordei com uma carta do presidente me parabenizando por ter feito o seguro do apartamento que acabei de comprar. Uma maravilha. E eu nem precisei pedir. Minha gerente fez por conta própria. A partir de hoje se, por acaso, a parte elétrica der algum defeito, ou cair um raio no prédio e a fiação pegar fogo; ou se roubarem todos os meus móveis, o seguro cobre tudo. Perfeito. Perfeito se eu já estivesse morando lá. Aliás, nem a chave eu recebi ainda. Raiva. Ódio. Ira. Revolta. Saí de casa puto da cara. Logo na seqüência, fui estacionar o carro e derrubei uma velhinha no chão. Ninguém se machucou. Até que ela, humildemente, se levantou, pediu desculpas e atropelou meu coração.
Room 130
Posted in Música on agosto 12, 2008 by andregodoiShe left a heart and took a plane
Certain of the wrong
The angels got sleept
She was alone
Thirteen floors, one pink pill
Ready to jump into the unknown
jump from all
And get under the ground
with you
She letf a heart to take a ride
Thanks God for closing your eyes
Do it over, and over
Its over
She left a heart to find a soul
Now miss then both
Vida secreta
Posted in gaveta on agosto 12, 2008 by andregodoi– Você está mentindo.
– (…)
– Quer dizer que já está gostando de mim.
Pede a ela
Posted in Música on julho 30, 2008 by andregodoiRoberto Carlos e Tim Maia. Gravação histórica. Ouvi pela primeira vez em uma fita cassete gravada pelo Seu Cássio. Ouvia sempre antes de dormir. Gostava de brincar de entender as letras. Lado A: Roberto Carlos / Tim Maia. Lado B: Seleção Romântica para Ivonete. Sempre achei que Pede a ela falasse sobre uma dor de cotovelo básica. Dessas que tem saído mais que dor de cabeça e dor de barriga. Pensei que fosse a singela história do pentelho que ligou um milhão de vezes pra ex-mulher e a biscate mandava dizer que não estava. Aliás, parênteses (todo celular deveria vir com bafômetro instalado. Acusou bafo de cachaça, cai o sistema. Desliga geral e ainda manda um sms pedindo desculpa pelo incômodo.) Bom, mas isso também não vem ao caso. Dia desses eu ouvi a música supracitada na estação do metrô e resolvi brincar de entender a letra. Entendi de outro jeito. Pede a ela. Definitivamente não é só uma música sobre amores concordatários. É, principalmente, sobre o personagem que não aparece na letra. O título já entrega. Imperativo. Sujeito oculto. Pede (você = amigo) a ela. Pede a ela é, acima de tudo, uma letra sobre amizades incondicionais. Sobre aquelas figuras que nos escutam em noites desestreladas. Pessoas que confiamos nossos sentimentos menos nobres: ciúme, inveja, raiva, desespero, compaixão. Pede a ela pra ligar pra mim. A saudade tá batendo, tá ruim. Eu tenho um amigo desses. Só que nunca precisei pedir pra ele ligar. Deus me livre, ficar com fama de mala. Prefiro a de ostra.
0 (XX) 71
Posted in gaveta on julho 29, 2008 by andregodoiAssim, sem assunto mesmo, resolvi dia desses ligar para o meu pai, Seu Cássio. A gente raramente (lê-se nunca) se fala. Alô, pai? Silêncio. Oi filho, sua mãe não está. Eu sei, queria falar com você mesmo. Silêncio. Falamos por alguns minutos. Não muitos, mas cirúrgicos. Minutos precisos sobre família, jazz e a diferença entre solidão e solitude. E, sozinhos, desligamos satisfeitos. Silêncio.
Just a perfect day
Posted in gaveta on julho 13, 2008 by andregodoiAzul. Silêncio. Comprei bolachas recheadas de jazz e sentimental mood. Duke and Coltrane fazem a agulha do meu toca-discos gemer, como quem goza e depois chora. Dor ou prazer? Diferença faz alguma, Mestre Yoda. No fundo, estamos sempre abarrotados de motivos pra sorrir e lamentar em domingos perfeitos. Irritantemente exatos, ensolarados e descompromissados. Sem pressa. Morte lenta. Fim do Lado B. Gosto de ouvir por alguns instantes o ruído repetitivo dos finais dos discos de vinil. Sádica mania. Ben Webster e seu sax tenor chorão. Blue Note Rules. Ainda tenho esperança de ouvir o telefone tocar com alguma notícia triste. Ou quem sabe um trabalho urgente, sem prazo, pra amanhã. Preciso desligar. Tô com um pouco de pressa. Preciso acabar com este domingo de uma vez. Quem sabe assistir ao pôr do sol na praça tomando chimarrão e ouvindo aquele violãozinho legião-urbânico dos meninos. Quem sabe um cinema mais tarde? Uma pizza, meia marguerita, meia boca? Três DVDs da seção lançamento. Devolução em 24h. Até lá o domingo já era. Quiçá são e salvo.
Ela levou meu coração
Posted in gaveta on julho 7, 2008 by andregodoiClic, clic, clic. Abria e fechava a tampa do baton. Olhava para algum lugar que não era aquele para onde os olhos miravam. Linda: a luz refletida das suas pernas. Ela vestiu o vestido preto e partiu suave, de luto. Ainda voltou para buscar a luminária em forma de coração. Ficou escuro. Tum-tum, tum-tum. tum-tum.
Homenagem ao ilustre Sr. Homem do Tempo
Posted in gaveta with tags aquecimento global, homem do tempo on junho 23, 2008 by andregodoiMuito obrigado, Sr. Homem do Tempo. Obrigado pelas suas matemáticas previsões. Não as que você acerta, claro. Quando você diz que o final de semana vai fazer sol e faz sol, nos sentimos seres superiores, inteligentes. Mas quando você erra e chegamos em casa ensopados e com frio, Sr. Homem do Tempo, lembramos que não temos certeza de nada. Que não somos, estamos. Que somos o que fazemos. Agora. E agora estamos com calor, respirando fumaça e ouvindo um bando de gente discutindo o futuro da humanidade, Sr. Homem do Tempo. Olha aí o futuro de novo. O futuro. No future. O futuro.
Só
Posted in Uncategorized on maio 4, 2008 by andregodoiNão existe palavra tão solitária quanto só. Só duas letras, ou só três caso não ache o botão do acento. Aí fica soh. Aproveito a audiência para perguntar se alguém aí sabe o significado dessa palavra? Nunca experimentei. Dizem que estar só é tão pouquinho, mas tão pouquinho que você olha e se pergunta: só isso? Tenho muito medo de ser ou estar só, como se tem medo de desastres aéreos sem nunca ter participado de um. As músicas que falam da solidão de ser só são as mais tristes. Eu quase me sinto sozinho quando escuto Trocando em miúdos do Chico. Quer dizer, do Chico e do Francis Hime. Não deve ser possível falar da solidão estando só. Talvez seja preciso juntar várias solidões para descrever a palavra só. Digo talvez pois, na verdade, estou chutando. Não entendo. Ela ficou com o resto. Ele só com um disco do Pixinguinha. Ou só, com um disco do Pixinguinha. E quando começo finalmente a entender, STOP, FFW, NEXT TRACK. Deixa pra amanhã. Amanhã talvez eu morra e fique sozinho, enterrado. Digo talvez pois, na verdade, estou chutando. Não entendo.
Terça, madrugada.
Posted in Uncategorized on abril 30, 2008 by andregodoiDuas e vinte e cinco. O preço a ser pago. Caro preço. A madrugada é minha mulher. Vagabunda. No mesmo bar, no mesmo bar. Altos decibéis, teores alcoólicos idem. Etílicos croquetes de carne com aipo. Dry martini. Mais um, mais um, mais um, o último, a saideira. A conta. Caro preço. Falido. No fundo do poço há sempre um último copo d’água. A saideira, por favor.
Mozart is playng in my house
Posted in Uncategorized with tags mozart, sala são paulo, valvulado on abril 26, 2008 by andregodoiNo início era apenas um Aiwa farseta. Bandeja com capacidade para 3 CDs, controle remoto, luzinhas e um som de merda. Depois veio o Gradiente old school velho do meu velho pai. Revolução. Começo a tomar gosto pela coisa toda. Achei que tivesse atingido o nirvana com meu Hi Fi Valve Tech handmade by Carlos Alberto Sossego. Mera ilusão. Um dia desses fiz a besteira de assistir a um concerto na Sala São Paulo. Nada será como antes.
Dica: para ficar com ainda mais raiva do seu atual aparelho de som, compre ingressos para o coro, atrás da orquestra, de frente para o maestro. Além do lugar ser melhor, é mais barato.
Sólido, líquido e gasoso
Posted in gaveta with tags chimarrão, erva, maconha on abril 26, 2008 by andregodoiChimarrão com maconha: erva que não acaba mais.
Ser simples
Posted in gaveta on março 25, 2008 by andregodoiO sol entrava pela janela e fazia um desenho estranho no meu pijama. Daqueles que a gente só repara em dias sem pressa. Não conseguiria precisar quanto tempo fiquei viajando no quadriculado da flanela. Talvez 1 minuto, ou 15. Ah, o cheiro do café. Hoje sem açúcar, Seu Joaquim. O doce é para os que tem pressa. Para sentir o gosto amargo é preciso não ter hora marcada. Visto meu chapéu e saio andando pelo bairro. A maioria do pessoal prefere ir de carro. Ultimamente tenho optado pelo chapéu. Além de mais econômico, demora mais pra chegar. E a vista é linda.
Interpol
Posted in Música on março 12, 2008 by andregodoiUma música tocada de 32 formas diferentes. Ou seria 1 música com 32 paradinhas? Overcool. Ou, no português, sobrecoxa. Muito raipe pra pouco rock. Garotos. Apenas bons, bem vestidos, cheirosos e arrumados garotos.
Cinólatra
Posted in Filmes with tags cinólatra, cinema, vício on março 3, 2008 by andregodoiMeu nome é André de Melo Godoi e sou cinólatra. Veja bem, cinólatra, não cinéfilo. Vou ao cinema como se injeta heroína. Assisto pra esquecer. Pra ficar escondido no escuro enchendo a cara de glicose. Anônimo entre 200 caras azuis, altistas e ruminantes. 120 minutos de não-eu. Comecei cedo, dentro de casa. Sessão da Tarde. Horas e horas largado no sofá curtindo a vida adoidado. De graça. Hoje eu pago inteira, sem carteirinha. Good shit. Só pego do Leão, do Urso e do tal do Oscar. Confesso, leio os créditos. Sou facilmente confundido com um cinéfilo. A diferença é que cinéfilos só assistem a filmes devidamente criticados e estrelados. Eu sou bem mais junk. Na abstinência, sou capaz de encarar substâncias inimagináveis. Van Damme dublado, por exemplo. Falando nisso, um Dominguinho Maior antes de dormir não seria nada mal.